Vastidão

Luiz Fernando Pimentel
2 min readJul 9, 2018

Há tanta vida escondida em paisagens pálidas, tantos rostos escondidos atrás de cercas. Quantos sonhos perdidos ou realizados? Quantas alegrias e tristezas?

Enquanto volto de uma viagem incrível em que reencontrei pessoas queridas, vejo vastidão pra onde olho. Rios, pastos, cidadelas, cercas... Sonhos? Sim, certamente.

Me perceber tão pequeno em um mundo tão grande é estarrecedor. Ao mesmo tempo que sinto que não posso nada, percebo o quanto Deus me ama e me proporciona tantas coisas incríveis. Privilégio.

Eu sei que tenho muito mais que mereço e as vezes me pego olhando tantas coisas entulhadas a minha volta e tenho a certeza que tenho mais que realmente preciso.

Não me considero nenhum padrão de conduta e realmente não sou, mas perceber que diante da vastidão do mundo em que vivo não sou nada, só pode me fazer grato. E sou grato pela oportunidade de ser grato.

Enquanto sigo por esses trilhos que espero que me levem até minha casa, vejo o mundo de várias pessoas pelas janelas deste vagão, e por mais tentador que seja não pensar em nada, é inevitável considerar quanta dificuldade, tristeza e sofrimento há em todos esses lugares. Diante da vastidão do amor de Deus, eu só posso me colocar a disposição dEle para ir até essas pessoas. Privilégio ainda maior.

Tenho 32 anos, dos quais infelizmente vivi poucos dias em favor de outras pessoas e talvez poucas horas em favor do Reino dos Céus. Diante da vastidão dos meus pecados, só posso me arrepender e crer que Aquele que começou boa obra em mim é fiel para terminá-la.

Espero que antes que a idade avance e coloque meus dias nos trilhos do destino final, antes que meus olhos não consigam ver mais a dor das pessoas que me cercam eu
consiga empenhar toda a vida que Deus me deu para abençoar quem precisa.

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